O número de homicídios do Brasil atingiu um novo patamar extremo, revela o Atlas da Violência 2016, estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (IPEA). Em 2016 o Brasil registrou 61.619 assassinatos, o que significa 7 assassinatos por hora, ou uma morte violenta a cada 9 minutos.
Para se ter uma ideia do que isso significa, basta dizer que a guerra civil na Síria, que horroriza o mundo com sua violência, produziu 300 mil mortos em cinco anos. Ou seja, em média, o mesmo número de mortos por ano – 60 mil – que o Brasil contabiliza em tempos de paz.
Outro paralelo que evidencia a gravidade da situação é dado pela Guerra do Vietnã, que durou 16 anos (1959-1975), e matou nesse período 58 mil soldados norte-americanos. O Brasil mata em um único ano mais que o Vietnã matou de americanos em 16 anos.
Vivemos um morticínio bárbaro e inaceitável com o qual, aparentemente, aprendemos a conviver.
A situação se agrava, ano a ano, e há poucos indicadores de que a situação pode melhorar. Existem, contudo, estados brasileiros que mostram que uma reversão nesse quadro é possível. O Paraná e São Paulo estão entre os que registraram uma redução significativa no número de homicídios.
É uma luz no fim do túnel. Sinal de que investimentos em segurança pública, como reequipamento da polícia, ampliação do contingente e construção de presídios podem dar resultado e que nem tudo está perdido.
O exemplo de São Paulo, onde o estado tem feito pesados investimentos na construção de presídios, no aumento do contingente policial e no equipamento da polícia desde 1995, com governos do PSDB, é o que computa os resultados positivos mais expressivos.
Os índices de homicídios e latrocínios do estado são significativamente mais baixos que a média brasileira. É um resultado que aponta um caminho que o Brasil precisa seguir.
Atualmente nosso país é responsável por nada menos que 10% dos homicídios do mundo, um percentual absolutamente desproporcional a nossa participação no computo geral da população do mundo.
Em tempos de paz registramos número de mortes violentas idêntico ou maior aos de países envolvidos em conflitos sangrentos.
Precisamos reverter esse quadro e dar um basta nessa situação. Nenhum país se desenvolve e supera seus problemas registrando estatísticas de mortes e violência compatíveis com uma zona de guerra.
Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB do Paraná