As pressões comandadas pelo Brasil com o apoio do Paraguai e Argentina foram bem-sucedidas e a Venezuela, mergulhada num surto de autoritarismo político e repressão violenta a oposição, vai ser marginalizada no bloco. O enquadramento passou a contar também com o apoio do Uruguai, fechando uma posição única de todos os membros fundadores do Mercosul à posição brasileira.
Além de não assumir a presidência do Mercosul (no lugar será formada uma presidência colegiada até 1º de dezembro), a Venezuela pode ser suspensa do bloco. Isso acontecerá caso não cumpra, até 1º de dezembro, o compromisso, que assumiu há quatro anos, ao ser admitida no Mercosul, de cumprir a cláusula democrática. Para começar, deve soltar seus presos políticos e acabar com a repressão violenta as manifestações pacíficas da oposição.
A nova postura do Brasil, adotada desde que o chanceler de Temer, José Serra, tomou posse, foi a de não tolerar os arreganhos autoritários do governo da Venezuela. Excessos que eram não só admitidos, como justificados pelos governos do PT. O Brasil recusou o vexame de ter na presidência de um bloco que pretende ser democrático um país que prende seus cidadãos por crime de opinião e espanca quem se manifesta pacificamente contra o governo.