Lula aposta no tumulto

A defesa de Lula abriu mão de qualquer tentativa séria de demonstrar a inocência de seu cliente e aposta tudo na tentativa de tumultuar os inquéritos em que o ex-presidente é acusado, com fartas evidências, de uma série de crimes graves.

Entre eles o de chefiar uma organização criminosa, de lavar dinheiro, de ocultar patrimônio, de usar cargo público para obter vantagens financeiras pessoais e até mesmo de furtar itens do patrimônio da Presidência da República.

Para enfrentar essas acusações, algumas gravíssimas, os defensores de Lula, todos advogados de primeira linha, partiram, talvez por falta de opção, para a pantomima pura e simples. A falta de limites chegou ao ponto de pedir a prisão do juiz Sergio Moro.

Denunciam ainda suposta perseguição ao cliente na ONU. Em audiências tentam desestabilizar Moro, sugerindo que se trata de um agente da CIA encarregado da missão de entregar o nosso pré-sal aos americanos. Uma fantasia popular nas alas mais infantis do petismo, mas absolutamente sem sentido no mundo real.

A aposta nesse tipo de estratégia, focada no deboche, é lamentável. Deixa claro que os advogados de Lula abandonaram qualquer expectativa de demonstrar sua inocência. Passaram a centrar sua defesa no tumulto, o que não deixa ser uma confissão de culpa. Uma culpa que o Brasil deseja ver punida, dentro da lei, mas com rigor.

*Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e presidente do PSDB do Paraná.